quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Experimentação de práticas de leitura com multimídia

 Esta atividade está relacionada á praticas de leitura com multimídia, tarefa solicitada pelo curso Mediadores de Leitura na Bibliodiversidade.
Público- alvo: crianças na faixa etária entre 6 e 7 anos no primeiro ano do ensino fundamental.
Tema gerador: Meio Ambiente
Objetivo da prática leitora:
 Cada vez mais sentimos as mudanças climáticas se refletirem em nosso dia-a-dia alterando a maneira de viver e conduzir nossas atividades, sensibilizar os alunos e possibilitar uma reflexão sobre essa problemática.
Materiais e recursos utilizados:
·         Leitura da letra da música “Tempo de ser Feliz” – Jamily;
·         Vídeo da música;
·         Leitura de imagens do vídeo.
Etapas de desenvolvimento:
1º momento:
Apresentar para os alunos a letra da música e ler a mesma para eles;
Tempo de Ser Feliz
Composição: Beno César / Solange de César
Salvem o nosso planeta
Salvem o nosso país
Salvem a nossa Amazônia
O nosso verde está por um triz
O mico leão dourado
O boto rosa também
O dedo de Deus já criou
O homem mexeu,destruiu,desbotou
Salvem meu futuro
Eu quero um amanhã sem medo
Sem crianças pelas ruas

Pedindo um pedaço de pão
Salvem meu futuro
Eu quero respirar ar puro 
500 anos quero bis
Dá tempo de ser feliz
Salvem o nosso planeta
Salvem o nosso país
Salvem a nossa Amazônia
O nosso verde está por um triz
O mico leão dourado
O boto rosa também
O dedo de Deus já criou
O homem mexeu,destruiu,desbotou
Salvem meu futuro
Eu quero um amanhã sem medo
Sem crianças pelas ruas
Pedindo um pedaço de pão
Salvem meu futuro
Eu quero respirar ar puro
500 anos quero biz
Dá tempo de ser feliz
Deus ilumina essa nação
E ponha amor nos corações
Dos que governam a minha,a nossa pátria amada
Deus ilumina essa nação
E ponha amor nos corações
Dos que governam a minha,a nossa pátria amada
Brasil (2x)

Deixar falar sobre as sensações que tiveram, o que sentiram ao ouvir a leitura.
2º momento:
Apresentar a música em áudio para que as crianças ouçam e desenhem sobre as percepções que tiveram.
3º momento:
Apresentar o vídeo da música  e compará-lo com as ilustrações que os alunos fizeram anteriormente. Descrever oralmente as imagens do vídeo.
4º momento:
Solicitar às crianças que pesquisem em jornais ou revistas notícias sobre as mudanças do clima e suas conseqüências bem como sobre a preservação da natureza.
5º momento:
Construção de painel com os desenhos produzidos e reportagens encontradas pelos alunos.
 
TEMA GERADOR: Educação Ambiental
TÍTULO: Lixo
PÚBLICO-ALVO: Séries Finais do Ensino Fundamental
DISCIPLINAS: Artes, Ciências e Língua Portuguesa
OBJETIVO DA PRÁTICA LEITORA:
_ Compreender a redução do lixo como principal meio para diminuir a contaminação das águas e do solo e o papel do ser humano (de cada um e do coletivo) para obter um ambiente mais limpo.
MATERIAIS E RECURSOS UTILIZADOS:
- Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
- Saberes sócio-culturais sobre tema. Noções sobre os diferentes tipos de resíduos produzidos pelo ser humano.
- Gravuras
- Texto: O lixo de Luis Fernando Veríssimo
- Poema: O bicho  de Manuel Bandeira
- Vídeos
ESTRATÉGIAS E RECURSOS
INICIANDO O TRABALHO... 
TEXTO:
O Bicho 
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
Após a leitura do poema, refletir com os alunos sobre:
·         As sensações sentidas ao ler o poema;
·         O espaço em que aconteceu a cena retratada;
·         A questão do lixo na vida das pessoas e na sociedade.

TRABALHANDO O TEMA....
Para continuar o trabalho com o tema LIXO propor aos alunos o seguinte:
Cada um deverá observar o lixo produzido por si e por sua família durante uma semana, anotando tudo no caderno. Após realizar a anotação e observação deverão produzir cartazes representando esse LIXO.
Nesta aula os alunos apresentarão os cartazes e discutirão as seguintes questões:
• Que tipo de material aparece mais frequentemente no lixo de cada família?
• É o mesmo para a turma toda?
• Dos materiais que apareceram nos cartazes, algum poderia não estar no lixo e servir para outras pessoas? Quais?

Ø  Apresentar a definição de lixo presente no dicionário Aurélio e refletir com os alunos:
LIXO sm. 1. O que se varre da casa, da rua, e se joga fora; entulho. 2. Coisa imprestável. (FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda, 1910 – 1989 Minidicionário Aurélio)
• Segundo essa definição, tudo que “está” no lixo “é” realmente lixo?

 CONTANDO HISTÓRIAS...
Proponha agora a seguinte atividade:
O LIXO CONTA A NOSSA HISTÓRIA
Analisando o que é descartado como lixo pelas pessoas é possível ter uma ideia do tipo de vida que elas levam. Para realizar esta atividade leia o texto a seguir.

Texto:
O lixo

(Luis Fernando Veríssimo)
Encontram-se na área de serviço. Cada um com o seu pacote de lixo. É a primeira vez que se falam.
- Bom dia.
- Bom dia.
- A senhora é do 610.
- E o senhor do 612.
- Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...
- Pois é ... - Desculpe a minha indiscrição, mastenho visto o seu lixo ...
- O meu quê?
- O seu lixo.
- Ah...
- Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena.
- Na verdade sou só eu.
- Humm. Notei também que o senhor usa muito comida em lata.
- É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar.
- Entendo.
- A senhora também.
- Me chama de você.
- Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em seu lixo. Champignons, coisas assim.
- É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas como moro sozinha, às vezes sobra.
- A senhora... Você não tem família?
- Tenho, mas não aqui.
- No Espírito Santo.
- Como é que você sabe?
- Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo.
- É. Mamãe escreve todas as semanas.
- Ela é professora?
- Isso é incrível! Como você adivinhou?
- Pela letra no envelope. Achei que era letra de professora.
- O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo.
- Pois é ...
- No outro dia, tinha um envelope de telegrama amassado.
- É.
- Más notícias?
- Meu pai. Morreu.
- Sinto muito.
 -Ele já estava bem velhinho. Lá no Sul. Há tempos não nos víamos.
- Foi por isso que você recomeçou a fumar?
- Como é que você sabe?
- De um dia para o outro começaram a aparecer carteiras de cigarro amassadas no seu lixo.
- É verdade. Mas consegui parar outra vez.
- Eu, graças a Deus, nunca fumei.
- Eu sei, mas tenho visto uns vidrinhos de comprimidos no seu lixo...
- Tranquilizantes. Foi uma fase. Já passou.
- Você brigou com o namorado, certo?
- Isso você também descobriu no lixo?
- Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, muito lenço de papel.
- É, chorei bastante, mas já passou.
- Mas hoje ainda tem uns lencinhos.
- É que estou com um pouco de coriza.
- Ah.
- Vejo muita revista de palavras cruzadas no seu lixo.
- É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é.
- Namorada?
- Não.
- Mas há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até bonitinha.
- Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga.
- Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela volte.
- Você está analisando o meu lixo!
- Não posso negar que o seu lixo me interessou.
- Engraçado. Quando examinei o seu lixo, decidi que gostaria de conhecê-la . Acho que foi a poesia.
- Não! Você viu meus poemas?
- Vi e gostei muito.
- Mas são muito ruins!
- Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. Eles só estavam dobrados.
- Se eu soubesse que você ia ler ...
- Só não fiquei com ele porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, não sei: o lixo da pessoa ainda é propriedade dela?
- Acho que não. Lixo é domínio público.
- Você tem razão. Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso?
- Bom, aí você já está indo fundo demais no lixo. Acho que...
- Ontem, no seu lixo.
- O quê?
- Me enganei, ou eram cascas de camarão?
- Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei.
- Eu adoro camarão.
- Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode... Jantar juntos?
- É. Não quero dar trabalho.
- Trabalho nenhum.
- Vai sujar a sua cozinha.
- Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora.
- No seu lixo ou no meu...
 Após a realização da leitura, proponha as seguintes questões:
1)      É possível conhecermos uma pessoa de acordo com o lixo que produz?
2)      De acordo com o texto, “através do lixo, o particular se torna público". Você concorda com essa afirmação? Justifique sua resposta.

 UTILIZANDO RECURSOS MULTIMÍDIAS...
Na sala digital da escola, fazer o download do vídeo “Lixo e cidadania” no portal do professor/MEC. Esse vídeo apresenta o problema da geração do lixo e destaca a importância da sua separação, tendo em vista a reciclagem.
Após o vídeo, discutir com os alunos as questões:
• Que tipos de problemas o LIXO “que é lixo” pode causar para o ser humano e para o ambiente?
• O que leva as pessoas a aumentarem o consumo de produtos? Que interesses estão por trás do consumismo desenfreado?
·                    A grande maioria dos depósitos de lixo ocorre em áreas naturais, sem preparação para tal, ocorrendo contaminação de solos e águas, além do problema espaço, que fica cada vez menor ou mais longe. “Não basta que o lixo fique longe de nossas vistas.” Ele deve ter destino apropriado. O que pode ser feito para encontrar alternativas para resolver o problema do lixo?

ENCONTRANDO SAÍDAS...
 Considerando os problemas gerados pelo lixo para o ambiente e para o ser humano e a necessidade de promover sua redução, propor aos alunos a elaboração de uma campanha educativa, através da elaboração de uma apresentação em Power point, baseados nas alternativas elencadas na questão anterior, que aponte formas de preservar o meio onde vivemos, acompanhadas por ilustrações, e uma dramatização sobre o assunto tratado.
ENCERRANDO OS TRABALHOS...
Música: Tempo de ser feliz - Jamily

RECURSOS COMPLEMENTARES
A Webquest no link abaixo apresenta informações e atividades sobre o lixo.

Postado por Vanderléia e Lucineide

Tempo de Ser Feliz (Salve o Planeta)

sábado, 15 de janeiro de 2011

Poema e Imagem

IMAGEM

MORRO - Cândido Portinari


MORRO: PARAÍSO E INFERNO
A vida lá no morro
É repleta de dores e alegrias
As estradas lamacentas e a sujeira refletem
O modo de viver daquela gente todos os dias!

Os meninos descem a ladeira,
Sorridentes, em busca de uns trocados,
Com cantis de água na cabeça, as mulheres lavadeiras
Descem e sobem o morro com destreza para ajudar os necessitados
Enquanto os homens ficam às portas,
Esperando não serem explorados.

Mas lá no morro,
Não há tristeza, nem choro
Há muito samba e fantasia
E também muita poesia!
O morro é um lugar especial
Com pessoas que vivem de forma desigual.


 Postado por Vanderléia

Gêneros literários

IMAGEM

"OS RETIRANTES" - Cândido Portinari - 1944

POEMA
DESESPERO NA ESPERANÇA
Lá vão os retirantes
Caminheiros, caminhantes,
Em busca de lugar melhor do que aquele
Onde eles, até então
Apenas uma coisa sabiam fazer:
Sofrer!
Partem eles todos
Homem, mulher, criança e idoso
Procurando na aridez do sertão
Quem sabe um pouso
Para seus corpos e sonhos...
Mas vejam quem aparece:
O desespero...
Na esperança  de estarem melhor
E mais felizes
Ele chega, sem piedade.
Continuam eles, sob o sol,
Caminhando e esperando dias melhores.


Postado por Lucineide e Vanderléia


sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

INTERTEXTUALIDADE

A BENZEDEIRA
Naquela manhã fria, Jurema estava determinada a procurar uma benzedeira para consultá-la a respeito do futuro de seu casamento, de sua situação financeira futuramente.
Chegando lá, a mulher mandou-a sentar e com uma voz misteriosa disse:
_ Vejo que acontecerá alguma tragédia no casamento de vocês.
Horrorizada, Jurema paga algum dinheiro pela consulta, saiu correndo daquele lugar horrível e não escuta mais nada do que a mulher continua falando.
Enquanto caminhava pela estrada molhada e barrenta, refletia sobre o que a benzedeira lhe dissera e preferiu acreditar no que o marido sempre falava quando se tocava nesse assunto: “essa gente só quer nosso dinheiro.”
Chegou a casa, contou ao marido o que havia feito e ele saiu da sala dando risada da preocupação absurda da mulher e lhe avisou que naquela noite receberiam alguns amigos para jogarem cartas.
A garoa fina e o frio intenso atingiam agressivamente os rostos dos homens que seguiam até a casa de Bernardo e Jurema para o tradicional jogo de baralho ou como diziam eles jogo de cartas. O vinho e o fogo na lareira já os esperavam.
Sentaram-se à mesa para o início dos jogos. A conversa era muito animada e regada a vinho, que era servido por Jurema, que se dirigia à mesa somente para servi-los. Enquanto servia as taças com o vinho que era fabricado ali mesmo, percebeu que Mauro era um homem lindo, forte e muito simpático. Aquilo mexeu com seus sentimentos e ela começou a se insinuar para ele, lançando-lhe olhares maliciosos e sedutores.
Mauro logo percebeu esse comportamento estranho da mulher de seu melhor amigo, e, por sua vez, ficara sem jeito. Um fogo delirante perpassou por todo o seu corpo e já não estava conseguindo esconder o desejo de ter aquela mulher em seus braços. Vendo que a situação poderia fugir de seu controle, resolveu ir embora. Sem despedidas e nem muitas explicações saiu dali.
Resolveu que iria evitar as visitas à casa de Bernardo para não encontrar com Jurema novamente. Mesmo agindo dessa forma, não conseguia esquecê-la.
Jurema fazia qualquer coisa para vê-lo novamente, mas ele a evitava ao máximo. O silêncio, depois daquele jogo de baralho, prevaleceu e a mulher não conseguia encontrar Mauro.
Passados vários meses, em um lindo domingo de sol, Bernardo e Jurema foram à missa na igreja local. Chegando lá, uma grande surpresa, Mauro estava ali, acompanhado por sua e por seus filhos. Uma emoção contagiou Jurema que disse a Bernardo:
_ Olhe, lá está Mauro e sua família. Há quanto tempo que não o vemos. Vamos conversar com eles. Ao se aproximarem, Mauro baixou a cabeça e ficou desconsertado com a situação.
_  Amigo, disse Bernardo, quanto tempo que não o via! Como tem passado?
Mauro então respondeu:
_ Tudo bem, Bernardo. Tinha muito serviço e, por isso, precisei me afastar dos jogos. Enquanto eles falavam, as mulheres estavam conversando e Jurema, vez ou outra, olhava para ele. Em um desses olhares, fez sinal para ele para se encontrarem em um pequeno matinho que existia ali perto. Mauro assentiu com a cabeça e retirou-se dali, acompanhado pela esposa e pelos filhos.
O sino tocou, chamando os fiéis para dentro da igreja. As mulheres puxaram seus lenços sobre o rosto e entraram no templo. Passados alguns minutos, Jurema disse ao marido:
_ “Amore mio”, vou ao banheiro,  pois estou com um pouco de dor de barriga. Se eu demorar não se preocupe
_ Está certo.
Mauro viu que Jurema saiu da igreja e disse à esposa:
_ Está muito abafado aqui dentro. Preciso ficar um pouco lá fora.
_ Tudo bem. Respondeu ela.
Jurema já o esperava no matinho completamente sem roupa e Mauro abraçou-a e beijou-a loucamente. Os dois estavam apaixonados e não sabiam como iam esconder tamanho sentimento. Combinaram se encontrar todos os dias depois do meio-dia na cachoeira. Mauro disse a ela:
_ O que vamos fazer?
_ Não sei, disse Jurema. Só sei que quero ficar com você.
Rapidamente se vestiram e retornaram à igreja para a missa. Depois desse encontro, tudo tinha ficado diferente, mas era preciso agir com naturalidade.
Como o verão havia chegado, Jurema pensava que ninguém iria desconfiar de seus encontros amorosos com Mauro na cachoeira. Mal sabia ela que a fofoca no lugar onde morava já corria  pois, naquele domingo, uma das papa-hóstias que estava na igreja, viu quando os dois combinaram o encontro e como se olhavam e tratou de espalhar o fato, dizendo para a mulher que estava ao seu lado:
_ “Madona mia”, Jurema está se assanhando para outro homem. Isso é uma vergonha!
Essa conversa espalhou-se rapidamente, como se fosse um estupim  e, em poucos dias, todos comentavam o assunto. Depois de alguns dias, Bernardo também ficou sabendo do caso. Por isso, ele passou a observar o comportamento da esposa. Inicialmente não notara nada de estranho. Observou apenas que todos os dias ela ia  até a cachoeira para se banhar, hábito  não muito comum a ela, pois não gostava de tomar banho em rios.
Quando retornava da cachoeira, Jurema cantarolava e notava-se em seu semblante uma estranha felicidade, a qual despertou em Bernardo muita raiva e o desejo de vingar-se dos dois.
O dia estava ensolarado. O calor era demais e Bernardo estava determinado a acabar com o romance entre seu amigo e sua esposa. Arrumou a espingarda e colocou-a embaixo da cama, aguardando o momento em que a esposa iria ao encontro do outro.
Eram aproximadamente catorze horas e Jurema disse ao marido:
_ ”Amore mio”, vou à cachoeira banhar-me. Este calor está de matar!
_ Tudo bem, respondeu ele.
Mal ela afastou-se do pátio da casa, Bernardo foi ao quarto, possuído pelo ódio, pegou a espingarda e saiu atrás dos traidores.
Chegando lá, ficou escondido atrás de uns arbustos e observou a troca de carícias entre os dois, a maneira como se tocavam e o ardor com que se beijavam. Sua ira aumentava cada vez mais e quando os dois já estavam desnudos, Bernardo saiu de seu esconderijo e apontando a arma para os dois disse:
_ “Porco Dio”, seus traidores de uma figa. Hoje eu termino com vocês dois. E sem deixar qualquer um dos dois se manifestar disparou dois tiros a queima-roupa e matou os dois.
Bernardo sentia-se satisfeito, saiu dali e foi até a igreja para cuidar dos preparativos para o enterro.
Durante o velório, ouvia-se as pessoas dizerem:
_ Bem feito! Pulou a cerca e agora está dentro do caixão.
Bernardo olhava para a defunta com desprezo. Durante a missa de corpo presente, ele recordou o que a mulher lhe dissera na ocasião em que fora consultar a benzedeira:
_ “O fim do nosso casamento será trágico”. Naquela oportunidade, Bernardo achara engraçadas as palavras da mulher, pois eles eram um casal feliz, mas agora se dera conta de que tudo era verdade.
Após a missa, a procissão seguiu até o cemitério e algumas pessoas diziam:
_ Uma adúltera, uma adúltera...
Palavras que ficaram para sempre guardadas na cabeça de Bernardo.
Quanto ao enterro de Mauro, sua esposa e seus filhos cuidaram  de tudo, depois sumiram e nunca mais apareceram naquele lugar.                                                                                                                  
Bernardo pôs as mãos no bolso e no caminho do retorno para casa ia pensando em tudo que tinha acontecido e, para se consolar, lembrou de uma frase que tinha ouvido há muito tempo: “É melhor abraçar os espinhos da verdade que as rosas da ilusão”.
TRABALHO POSTADO POR VANDERLÉIA E LUCINEIDE
DATA: 07\01\11

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

INTERTEXTUALIDADE

Intertextualidade da música com a literatura

Pode-se definir a intertextualidade como sendo um "diálogo" entre textos. Esse diálogo pressupõe um universo cultural muito amplo e complexo, pois implica a identificação e o reconhecimento de remissões a obras ou a trechos mais ou menos conhecidos. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções diferentes que dependem dos textos/contextos em que ela é inserida.
Evidentemente, o fenômeno da intertextualidade está ligado ao "conhecimento do mundo", que deve ser compartilhado, ou seja, comum ao produtor e ao receptor de textos. O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, não se restringindo única e exclusivamente a textos literários.
Chico Buarque tem várias intertextualidades em sua Obra. A começar pelo que é mais presente em seus trabalhos: Carlos Drummond de Andrade.
Quadrilha (Drummond)

João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili
que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história

             Em 1975, Chico Buarque e Paulo Pontes fizeram uma peça de teatro chamada "Gota d'água". Uma das músicas, que mais tarde seria gravada pro disco da Bibi Ferreira, chamava-se "Flor da Idade" e claramente trazia um diálogo com Drummond em um trecho.
Flor da idade (trecho) (Chico Buarque)

Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo
Que amava Juca que amava Dora que amava Carlos que amava Dora
Que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava
Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava
a filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha


Chico Buarque - Flor da Idade

literatura infantil


LER É SEMPRE UM ÓTIMO EXERCÍCIO!!
ESTIMULE SEU FILHO A SER UM LEITOR...